Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

segunda-feira, 30 de março de 2015

Como a valorização do dólar influi na vida do brasileiro



                                                         Fernanda Fernandes Borges



Nos últimos dias, há uma constante alta da moeda americana. No início de março, o dólar chegou aos R$ 3,00 valor que não atingia, desde agosto de 2004. E nos dias posteriores os aumentos foram ainda mais significativos. Isso contribui para o aumento da inflação brasileira que chegou aos 6,41% em 2014, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), quase atingindo a meta do governo que era de 4,5 % com a margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Com a alta do dólar, alguns otimistas acreditam que as exportações do Brasil podem equilibrar a balança comercial que teve um déficit de 2,8 bilhões, em fevereiro deste ano. O valor elevado dos produtos importados, faz com que a procura pelos itens nacionais aumente, influenciando a atividade industrial e gerando mais empregos.
 
 
                                                                                                     Foto: Reprodução

 

A moeda americana teve expressiva valorização nos últimos dias

 

Quando se analisa os pontos negativos do dólar mais caro, percebe-se que eles são mais impactantes e desastrosos para o desenvolvimento econômico do país. A indústria tem dificuldades para importar a matéria-prima que fica bem mais onerosa; saldar as dívidas em dólar significa gastar mais dinheiro; as viagens ao exterior se tornam menos freqüentes e produtos como carros e bebidas importados tem um  aumento expressivo.

Um dos piores problemas para mesa dos brasileiros é o fato de pães e biscoitos ficarem mais caros, porque a  maior parte da farinha de trigo, usada no Brasil, é importada dos Estados Unidos e da Argentina. Todos esses fatores contribuem para o aumento da pressão inflacionária.

A inflação de um país é considerada alta quando ultrapassa 6% ao ano. A projeção para a inflação deste ano, segundo o Banco Central é de 7,9%, o que ultrapassaria o teto do governo de 6,5%. As conseqüências da inflação alta incidem diretamente no bolso do consumidor, pois há uma desvalorização do real e o seu salário perde o poder de compra, pois mesmo havendo algum reajuste, não consegue acompanhar os sucessivos aumentos de preços dos produtos.

Além disso, o aumento da inflação prejudica o setor produtivo, o Brasil passa a ser visto de modo desfavorável para investimentos estrangeiros e há uma grande especulação financeira em que podem ser colocadas e retiradas grandes quantias de dinheiro por investidores externos o que prejudica a economia nacional.

A elevação da taxa de juros é uma das formas de controlar a inflação e tem sido adotada pelo governo brasileiro. A ideia é diminuir o consumo e dessa forma forçar os preços a abaixarem. Porém, com essa medida, os investimentos internos ficam prejudicados como o mercado imobiliário e a venda de carros e eletrodomésticos. Quem conseguirá financiar uma casa ou mesmo parcelar a compra de um simples aparelho de TV com juros altos?

O que se observa no setor imobiliário são inúmeras placas de ALUGA ou VENDE, principalmente nas grandes capitais, como Belo Horizonte, espalhadas por diversos pontos da cidade. A queda do poder aquisitivo tem feito muitas famílias venderem ou alugarem  seus imóveis, com o objetivo de  mudar para um local mais barato e também para equilibrar as contas.

A melhor atitude a se tomar em tempos de inflação alta e dólar valorizado é não contrair dívidas e utilizar os recursos econômicos que se tem por meio dos rendimentos mensais. Não utilizar o cheque especial e evitar empréstimos bancários é uma ótima alternativa para manter o equilíbrio financeiro.

A economia doméstica deve ser estimulada por todos em casa. A procura por produtos mais baratos e a substituição das marcas convencionais podem representar uma boa decisão no uso dos recursos financeiros. O melhor a se fazer é procurar consumir o essencial e abandonar o supérfulo, até que o furacão passe e não destrua os alicerces seguros.

 

 

 

 

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