Fernanda Fernandes Borges
Nos últimos dias, há uma constante alta da moeda
americana. No início de março, o dólar chegou aos R$ 3,00 valor que não
atingia, desde agosto de 2004. E nos dias posteriores os aumentos foram ainda
mais significativos. Isso contribui para o aumento da inflação brasileira que
chegou aos 6,41% em 2014, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA),
quase atingindo a meta do governo que era de 4,5 % com a margem de dois pontos
percentuais para mais ou para menos.
Com a alta do dólar, alguns otimistas acreditam que as
exportações do Brasil podem equilibrar a balança comercial que teve um déficit
de 2,8 bilhões, em fevereiro deste ano. O valor elevado dos produtos
importados, faz com que a procura pelos itens nacionais aumente, influenciando
a atividade industrial e gerando mais empregos.
Foto: ReproduçãoA moeda americana teve expressiva valorização nos últimos dias |
Quando se analisa os pontos negativos do dólar mais caro,
percebe-se que eles são mais impactantes e desastrosos para o desenvolvimento
econômico do país. A indústria tem dificuldades para importar a matéria-prima
que fica bem mais onerosa; saldar as dívidas em dólar significa gastar mais
dinheiro; as viagens ao exterior se tornam menos freqüentes e produtos como
carros e bebidas importados tem um aumento expressivo.
Um dos piores problemas para mesa dos brasileiros é o fato
de pães e biscoitos ficarem mais caros, porque a maior parte da farinha de trigo, usada no
Brasil, é importada dos Estados Unidos e da Argentina. Todos esses fatores
contribuem para o aumento da pressão inflacionária.
A inflação de um país é considerada alta quando
ultrapassa 6% ao ano. A projeção para a inflação deste ano, segundo o Banco Central é de 7,9%, o que ultrapassaria o teto do governo de 6,5%. As
conseqüências da inflação alta incidem diretamente no bolso do consumidor, pois
há uma desvalorização do real e o seu salário perde o poder de compra, pois
mesmo havendo algum reajuste, não consegue acompanhar os sucessivos aumentos de
preços dos produtos.
Além disso, o aumento da inflação prejudica o setor
produtivo, o Brasil passa a ser visto de modo desfavorável para investimentos
estrangeiros e há uma grande especulação financeira em que podem ser colocadas
e retiradas grandes quantias de dinheiro por investidores externos o que
prejudica a economia nacional.
A elevação da taxa de juros é uma das formas de controlar
a inflação e tem sido adotada pelo governo brasileiro. A ideia é diminuir o
consumo e dessa forma forçar os preços a abaixarem. Porém, com essa medida, os
investimentos internos ficam prejudicados como o mercado imobiliário e a venda
de carros e eletrodomésticos. Quem
conseguirá financiar uma casa ou mesmo parcelar a compra de um simples aparelho
de TV com juros altos?
O que se observa no setor imobiliário são inúmeras placas
de ALUGA ou VENDE, principalmente nas grandes capitais, como Belo Horizonte,
espalhadas por diversos pontos da cidade. A queda do poder aquisitivo tem feito
muitas famílias venderem ou alugarem
seus imóveis, com o objetivo de
mudar para um local mais barato e também para equilibrar as contas.
A melhor atitude a se tomar em tempos de inflação alta e
dólar valorizado é não contrair dívidas e utilizar os recursos econômicos que
se tem por meio dos rendimentos mensais. Não utilizar o cheque especial e
evitar empréstimos bancários é uma ótima alternativa para manter o equilíbrio
financeiro.
A economia doméstica deve ser estimulada por todos em
casa. A procura por produtos mais baratos e a substituição das marcas
convencionais podem representar uma boa decisão no uso dos recursos
financeiros. O melhor a se fazer é procurar consumir o essencial e abandonar o
supérfulo, até que o furacão passe e não destrua os alicerces seguros.
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