Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Debate finaliza o Seminário Mídia e Justiça 2015


 

                                                                    Fernanda Fernandes Borges



O término do Seminário Mídia e Justiça 2015 que teve o tema “Violência, Infância e Juventude” e foi promovido pela Assessoria de Comunicação Institucional (Ascom) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi feito por meio de um debate mediado pelo jornalista Adriano Guerra,  Coordenador Executivo da ONG Oficinas de Imagem / Belo Horizonte e contou com perguntas da plateia aos convidados que realizarem palestras no evento.
 
 
                                                                                       Foto: Fernanda Fernandes Borges

Debate foi mediado pelo jornalista Adriano Guerra

 


A  juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude Valéria da Silva Rodrigues e  Mário Volpi, Coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, responderam os questionamentos de alguns participantes.


                                                                                            Foto: Fernanda Fernandes Borges

O público fez questionamentos aos participantes

 

Em relação á proibição da veiculação das imagens de adolescentes infratores, Mário Volpi, justificou que essa iniciativa é importante, pois caso contrário uma imagem pode condenar a pessoa para sempre. E ainda questionou: “Qual é o interesse da sociedade em ver a foto do delinquente? Fazer justiça com as mãos? É preciso deixar que a justiça atue e não agir por conta própria”.


                                                                                                    Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mário criticou a "justiça com as próprias mãos"

 

Ele ainda justificou o seu posicionamento, alegando que essa atitude não é proteger o delito, mas sim a imagem do adolescente, para que o seu passado não impeça o seu desenvolvimento futuro. Não se deve desperdiçar a chance de ressocialização.

Outra questão abordada foi a necessidade que o jornalista tem de ter um personagem para narrar sua história e como fazê-lo diante dessa proibição da divulgação da imagem. Para a juíza Valéria da Silva é importante essa medida, para não haver julgamento prévio.

A magistrada afirmou que a mídia é o interlocutor com a sociedade. “O juiz pode atender á imprensa,  sem mostrar o infrator. Pode elucidar as penas previstas para quem comete delitos e mostrar que há punição, sem a necessidade de mostrar o rosto de ninguém”, disse.

Para o coordenador da Unicef,  Mário Volpi,  a imprensa muitas vezes é sensacionalista. “ O equilíbrio para a cobertura seria mostrar os adolescentes não infratores, fazendo coisas interessantes. Em muitos casos, o que é bom a mídia não mostra. Há uma invisibilidade para as boas atitudes dos adolescentes, como as ações sociais”,  disse.

Um questionamento se a educação é a única solução para tratar os menores infratores e até mesmo impedir outros de ingressarem nesse universo, foi respondida pela juíza Valéria. “A educação é primordial para todos. A falta dela gera ausência de oportunidades. Se o adolescente estuda, não comete atos infracionais. Um país que investe na educação,  impede a criminalidade”, ressaltou.


                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

A juíza Valéria ressaltou a importância da educação

 

Em relação ao adolescente e o trabalho a magistrada e o coordenador da Unicef se mostraram contrários ao simples fato de um jovem  trabalhar e não estudar.

“A legislação trabalhista, ás vezes, é muito rigorosa. Sou contra o trabalho infantil. O adolescente tem que ter a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e se aperfeiçoar. Há uma resistência grande em acolher os adolescentes infratores”,  falou a juíza Valéria.

“A escolaridade é decisiva na vida de uma pessoa, em todos os setores. O adolescente infrator enfrenta mais obstáculos ainda, pois,  muitas vezes, fica três anos internado e sai de lá sem o Ensino Médio completo. A centralidade da escola é óbvia. O jovem tem que ampliar as suas capacidades para não reincidir no crime. Tem que ser preparado, para fazer outras coisas”, defendeu Mário  Volpi.

A discussão promovida no encontro foi de grande importância para tentar melhorar a forma como a imprensa lida com os adolescentes infratores. A mídia deve sempre contribuir para a melhoria da sociedade em que vivemos e não conturbá-la com sentimentos de revolta e justiça com as próprias mãos.


                                                                                         Foto: Fernanda Fernandes Borges

O debate foi útil para melhorar a relação entre a imprensa e o TJMG

 

A educação é sem dúvida um caminho do bem a ser trilhado por quem deseja vencer na vida. Por isso, é indispensável que o Estado invista nesse setor de modo que os adolescentes e as crianças se sintam motivados a permanecer na escola e se tornarem cidadãos vitoriosos na carreira e na vida.

O trabalho na juventude é muito gratificante, desde que propicie ao jovem receber um aprendizado que lhe seja útil,  no futuro. Ocupar a mente e se livrar da ociosidade é uma ótima maneira de afastar o jovem da criminalidade e colocá-lo no rumo certo do alcance de suas metas.

 

 

 

 

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