Fernanda Fernandes Borges
O atual prefeito de Buenos Aires Maurício Macri venceu o
segundo turno, inédito na Argentina, no dia 22 de novembro e derrotou Daniel
Scioli que era apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Ele vai tomar posse
no próximo dia 10 de dezembro e vai governar por quatro anos.
Foto: ReutersMaurício Macri é o novo presidente da Argentina |
Maurício Macri tem 56 anos é engenheiro e ex-presidente do clube Boca Juniors. Sua
vitória representa a ascensão da ideologia centro-direita no país, em um
século. Desde que o voto foi instituído no país em 1916, as duas forças políticas
que dominavam a Argentina eram os
partidos peronista ou o radical social- democrata.
O candidato Daniel Scioli havia vencido o 1º turno, por uma pequena diferença. Sua derrota
representa o fim da era Kirchner na Argentina. A família já governava o país há
12 anos. A presidente Cristina está no poder, desde 2007, sucedeu o marido
Nestor Kirchner que governou de 2003 a 2007 e faleceu em 2010.
O novo presidente pediu a colaboração de todos, inclusive
dos que não votaram nele, para construir
um país com pobreza zero, lutar para vencer o narcotráfico e melhorar a
democracia. Ele promete manter os programas sociais.
A inflação na Argentina está em torno de 20% e um dos
objetivos do novo líder é reduzi-la a um dígito. Além disso, Maurício Macri
deseja abrir o país para investimentos estrangeiros e elevar os limites das
exportações do setor agropecuário.
Em relação á segurança pública um de seus objetivos é
criar uma Agência Nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema
de estatísticas criminais.
O futuro presidente quer melhorar as relações comerciais com
o Brasil e impulsionar o Mercosul. Nos
últimos tempos, o bloco formado por Brasil,
Argentina, Paraguai , Uruguai e Venezuela estava um pouco estagnado, devido
ás barreiras comerciais impostas por Cristina e seu marido.
Arte: Reprodução O novo presidente deseja movimentar o Mercosul |
Maurício Macri deseja retomar as parcerias com os Estados
Unidos, União Europeia e outras nações, já que nos últimos tempos a Argentina priorizou
acordos com a China e a Rússia.
A presidente Dilma Roussef parabenizou o novo presidente
no último dia 23, por telefone, e o convidou a vir no Brasil. Ela provavelmente
comparecerá a sua posse, no dia 10 de dezembro. Os dois líderes têm a intenção
de estreitar as relações econômicas das duas nações.
É oportuna a mudança de governo na Argentina. Esse é o
momento para avaliar o que precisa ser transformado e se livrar de doutrinas que
não servem mais para a nação. A ideologia inovadora pode alavancar a economia
do país, se for bem aplicada.
A abertura da economia deve ser feita com cautela, assim como
o controle da inflação, para que os argentinos não tenham que sofrer com as consequências
posteriores. Não há solução mágica para se impulsionar uma economia e resolver
todos os problemas imediatamente.
A aproximação entre a presidente Dilma Roussef e Maurício Macri pode ser muito importante para as relações
comerciais de ambas as nações. Um novo dinamismo no Mercosul é aguardado, com a esperança de negociações prósperas para
todos os países envolvidos.
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